Reflexões Bíblicas


 
Quando o relógio não para e aquela promessa não vem
 



Uma das maiores virtudes de alguém é saber esperar. A sociedade contemporânea estimula o imediatismo, as soluções rápidas para os problemas diários, um estilo de vida “fast-food”. Os fatos seguem padrões pré-prontos, tudo é rápido, “tempo é dinheiro”.
Quando adentramos na seara espiritual temos que nos reprogramar para outro ritmo de vida, pois Deus não opera em nossas vidas na sofreguidão do mundo em que vivemos, nem é pressionado por ele. Existem tantas facetas do nosso interior que precisam de mudanças, mas elas veem muitas vezes lentamente. A pressa não trás uma mudança duradoura.
A bíblia nos diz “esperei com paciência no Senhor e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor” Salmo 40:1.
É muito difícil vermos os anos se arrastando ou nos arrastando e aquelas promessas que recebemos da parte de Deus demorarem a se cumprir.
Foi assim com Abraão e Sara, eles esperaram tanto a promessa (eles não tinham filhos, mas Deus lhes garantiu com a sua descendência ira ser como as estrelas do céu. ( Então (Deus)  o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência. Gênesis 15:5).
 Sara, já de avançada idade resolveu “dar um jeitinho” para que a promessa se cumprisse. A decisão dela, que  teve a anuência do marido, teve consequências drásticas. Pois ao incentivar o marido a se deitar com uma escrava, Agar, a fim de que pudesse ter um filho e assim a promessa fosse cumprida, criou sem saber um dos maiores conflitos da história. Ismael, filho de Agar, deu origem a uma nação guerreira, a Palestina, que até hoje se contrapõe aos descendentes de Isaque (Israelitas), o filho da promessa que veio depois, quando foi o tempo de Deus para cumprir a promessa que tinha feito a Abraão (ver Gênesis 16).
Nós não queremos esperar, mas no processo da espera Deus trabalha em nós. Existirá sempre um conflito em nosso ser, enquanto esperamos, até que possamos silenciar a voz da dúvida, da incredulidade dos nossos corações. Essa voz começa como um sussurro nos nossos ouvidos espirituais. Ela é alimentada pelos nossos medos, desapontamentos, pela nossa desconfiança no próprio Deus da promessa. De sussurros começamos a ouvir a voz mais nitidamente, até que ecoam gritos dentro de nós. A sensação de abandono vem e o desânimo encontra acolhida no nosso ser.
É preciso, porém, calar o sussurro, não deixá-lo crescer e se transformar em gritos de desespero. É possível calá-lo como o nosso louvor a Deus, com a contínua leitura da bíblia e a reflexão acerca dos atributos de Deus (bondade, misericórdia, justiça, etc). Esses exercícios de fé serão a nossa arma contra todo o pensamento que se opõe a Deus.
Mesmo os gritos de abandono se renderão a um coração, que arrependido, pois neste ponto o “seu jeitinho” poderá já ter chegado e complicar o cumprimento da promessa, confessar a Deus. que é justo para nos perdoar e permitir um novo começo na espera da promessa, pois ele é fiel para cumprir as promessas que lhe  fez! Que tal sermos “carregadores” das promessas de Deus? Que a nossa fé seja a nossa maior arma no teste do passar das horas, mesmo quando o relógio se move devagar.

No amor de Cristo,

Vilma