CORDEL do NILÂO
Atenção pessoal
Para a história que vou contar
É uma história engraçada
Espero a todos agradar
É sobre um cabra chamado Nilão
Dizemos hoje que ele é o rei do sertão
Mas já teve outros apelidos:
peçanha, pezinho e pezão
É que na terra de baixinhos,
ter um pé tão grande
sempre foi uma sensação
Ainda muito novo,
Sem querer fez algo mau
Esmagou a unha de uma amiga
Num baile de Carnaval
E a coitada cheia de dores
Foi parar no hospital
A unha teve que arrancar,
Não foi algo banal
Mas Nilão, todos dizem,
Tem um bom coração
Que a uma formiga é incapaz
De fazer qualquer judiação
Inteligência nunca lhe faltou
Isso sempre a todos impressionou
A sua genética a seu filho passou
E o menino muitos prêmios
De física já ganhou
Nunca deu trabalho prá aprender
Pois sempre gostou muito de ler
Com histórias de quadrinhos se divertia
Com a Delta Jr aprendia
E até páginas amarelas recorria
Quando ao banheiro aquela visita fazia
Sempre gostou muito do sertão
E agora quase cinquentão
Resolveu fazer por lá nova excursão
Ele muito mandão, no MST
Não aguentava tanta reunião,
Pois paciência não tem pra tanta falação
Mas feliz fica, pois todos querem sua opinião
E mais uma vez prova que tem bom coração
Fazendo trabalho voluntário,
Pois o dinheiro nunca chega não
Lá por Crateús tem feito boa ação
Receitando os assentados
Sem ganhar nenhum tostão
Pra cada dor tem um jeito há dá
As mães radiantes vêm lhe contar
Que com os remédios receitados
Tudo começou a melhorar
E assim a todos conseguiu conquistar
Tantos favores no sertão realizou
Que muito popular já se tornou
A vereador o queremos transformar,
Pois no MST aprendeu a discursar
Mas a campanha, quem poderá bancar?
Só o cunhado F. L.
Para algum dinheiro lhe arranjar
Outra coisa quero contar
Mas não é prá ninguém assombrar
A minha intenção não é a
Ninguém apavorar
Mas preciso avisar
Que se com o Nilão a noite passar
Talvez no meio dela você vá acordar
Mas não tema se ele sonambular,
Pois ele sempre quer aos outros salvar
Se ele porém pra você olhar
Como quem quer lhe matar
É só dizer: Nilão, você tem que acordar!
Quando ele despertar,
Morto de vergonha vai ficar
E vai tentar se desculpar
Sempre de herói gostou de bancar
Dormindo ou acordado a todos quer salvar
Eo físico e o Karatê sempre a ajudar a:
Faca de malandro arrancar
Relógio de trombadinha tomar
E mulher de marido ruim
Na sua frente não vai mais apanhar
Pois um golpe certeiro o covarde vai levar
E prá sempre há de se lembrar
Sou sua amiga e vou avisar
Se você à sua casa o convidar
Se prepare, pois uma hora antes ele vai chegar
E não esqueça, sendo almoço ou jantar
A comida vai ter que duplicar
Por que o apetite do Nilão é de invejar
Mas não se preocupe, que simplicidade não há de faltar
Arroz e feijão para ele é mesmo um manjar
E se ele ligar para o seu celular a cobrar
Muito rápido você deve retornar
Pois ele vai continuar a ligar sem parar
E você não terá nem tempo de voltar a discar
Uma coisa é importante ressaltar
Que perto do Nilão triste você não vai ficar,
Pois prá cada ocasião uma piada ele tem
Prá contar
De sogra, de loura, de anão, com todas ele
Há sempre de arrasar,
E a todos com seu jeito alegre agradar
Se você com ele de carro viajar
Enjoado na estrada você não vai ficar
Pois prá cada planta e pássaro que avistar
Ele tem um nome prá dar
E uma história prá contar
Para seus conhecimentos sobre o tema acrescentar
Mas a ele um conselho quero dar:
Nilão, pare de fumar!
Para seu pulmão limpar
E como seus cunhados
Nunca ter que safenar
Pessoal, ainda tenho muitos causos prá contar
Mas agora vou encerrar
Para essa história não mais me alongar
Uma coisa quero porém afirmar:
Só falei a verdade sobre o Nilão
E para ele um recado quero dar:
Nilão você mora no nosso coração
E somos felizes de ter você como amigo e irmão.
Vilma Moreira Faria
Nilão (Nilo) é meu irmão mais velho. Ele desde criança sempre foi apaixonado pelo campo. É engenheiro agrônomo e hoje mora próximo a cidade de Crateús, na região mais árida do estado do Ceará. Fiz esse cordel para apresentar numa noite de "talentos", entre irmãos e amigos num carnaval em Pipa, Rio Grande do Norte em 2007. De lá para cá muita coisa mudou na vida dele. Ele já não trabalha mais para o MST, mas para o CNPq (até rimou). Constituiu um lar com a Hosana e suas galinhas caipiras. Não mudou porém o seu jeito alegre, um tanto ingênuo e otimista de ser.
Um grande abraço para o meu cunhado e irmão.
ResponderExcluir